A cada 40 segundos uma pessoa coloca fim a própria vida em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo aponta ainda que nove em cada dez casos poderiam ser evitados.
Para a OMS, o suicídio é uma questão de saúde pública que precisa ser combatido.
O Manual de Prevenção do Suicídio para Profissionais da Mídia (do Departamento de Saúde Mental, e feito em Genebra no ano de 2000) apresenta duas listas gerais sobre o que fazer e o que não fazer ao tratar da questão em quaisquer veículos midiáticos.
A campanha brasileira de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo surgiu em 2015. É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O período do ano foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, por iniciativa da International Association for Suicide Prevention.
Em apoio à campanha listamos alguns filmes que depressão, isolamento social, bullying e, ao mesmo tempo, a importância do apoio familiar, dos amigos, de professores.
São obras que trazem informação e algum tipo de esperança. Evitamos produções que glamorizam o suicídio (o exemplo mais comentado é a bastante criticada série 13 Reasons Why, do Netflix) ou que aparecem frequentemente em listas do gênero como Last Days e Control.
O importante, contudo, é pedir ajuda (ligue 188), sempre.
O Instagram implementou alguns recursos de prevenção ao suicídio. Seguindo os passos do Facebook, que adotou a mesma medida globalmente em meados de junho, a rede oferece aos usuários ferramentas para ajudar, anonimamente, aqueles amigos que demonstram sinais de depressão e ideação suicida.
Se um amigo ou alguém que você segue na rede social estiver em perigo de se ferir, os primeiros sinais de aviso podem aparecer em meios de comunicação social, e o Instagram pode ajudá-lo a intervir de forma anônima com suas novas opções de suporte.
Abaixo, há filmes nacionais e estrangeiros, de live-action ou em animação, de curta e longa-metragem.
A Felicidade Não Se Compra (It’s a Wonderful Life, 1946), de Frank Capra
O clássico de Frank Capra provavelmente é o recordista de reprises no Natal e traz o grande James Stewart na pele do protagonista George Bailey: sujeito de bom coração, que vive um momento de extrema dificuldade financeira e se acha um fracassado. Ao perder a esperança, decide pular de uma ponte na Véspera de Natal. É quando um “candidato a anjo” meio trapalhão – e que espera há séculos para “ganhar asas” – tem como missão salvar o humano. Assim, tenta fazer Bailey perceber o quão é importante para várias pessoas ao seu redor e como seria a vida delas sem sua existência. Ou seja, todos importam.
Amizades Improváveis (The Fundamentals of Caring, 2016), de Rob Burnett
Lançado no Festival de Sundance, “Meca” do cinema independente dos EUA, foi disponibilizado no Netflix. Acompanha a trajetória de Ben (Paul Rudd, o Homem-Formiga da Marvel), escritor que sofreu trágica perda e decide virar cuidador. Seu primeiro cliente é Trevor (Craig Roberts), de 18 anos, que tem distrofia muscular e jamais sai de casa. Para ajudá-lo, propõe uma viagem para que o paciente, enfim, visite os lugares vistos pela televisão. Tipo de história que emociona quem amou Como Eu Era Antes de Você (2016) e o francês Intocáveis (2011). Só que menos melodramática. Apesar da premissa conhecida, o road movie é mais ácido em relação aos congêneres: graças ao roteiro (baseado em livro de Jonathan Evison) e à direção de Rob Burnett, produtor e escritor egresso do Late Show With David Letterman. Delicada em vários momentos e ainda que não seja perfeita, a comédia dramática reúne elenco carismático. Além de tudo, a obra mostra detalhes da rotina dos cuidadores, profissionais tão importantes e admiráveis.
As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, 2012), de Stephen Chbosky
Baseado no romance escrito por Stephen Chbosky, acompanha Charlie (Logan Lerman), de 15 anos, um estranho carinhoso e ingênuo, lidando com o primeiro amor (Emma Watson), o suicídio de seu melhor amigo e sua própria doença mental. Enquanto luta para encontrar um grupo de pessoas ao qual sinta-se pertencente. Sensível, com momentos divertidos, o filme aborda várias questões: trauma, bullying, abuso, a importância de termos pessoas com quem contarmos nos momentos difíceis. O elenco tem química, carisma e a trilha sonora é a cereja do bolo.
DivertidaMente (Inside Out, 2015), de Pete Docter e Ronnie Del Carmen
Crescer pode ser uma estrada esburacada, e não é exceção para Riley, arrancada de sua vida no Meio-Oeste quando seu pai começa um novo emprego em São Francisco. Como todos nós, a protagonista é guiada por suas emoções – Alegria, Medo, Raiva, Nojo e Tristeza. O filme acontece basicamente dentro do cérebro da garota. Embora Alegria, a principal e mais importante emoção de Riley, tente manter as coisas positivas, as emoções conflitam sobre a melhor forma de navegar em uma nova cidade, casa e escola. À princípio para crianças, a animação da Pixar traz temas capazes de gerar reflexão também nos adultos e mostra que não existe sentimento melhor ou o pior e, inclusive a tristeza, é necessária. Venceu o Oscar da categoria.
O Mínimo Para Viver (To The Bone, 2017), de Marti Noxon
Ellen (Lily Collins) é uma mulher de 20 anos que sofre de anorexia nervosa. No meio de problemas familiares e de seus próprios medos, ela é aceita em um grupo administrado por um médico incomum (Keanu Reeves). Através das pessoas que conhece e da jornada que leva, A jovem segue um caminho de autodescoberta e aceitação que a levará a um lugar surpreendente.
Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006), de Jonathan Dayton e Valerie Faris
O filme revelação de 2006 foi uma produção independente. Trata-se de um road movie sobre uma família excêntrica. A obra mostra a inesquecível família Hoover. O pai (Greg Kinnear) desenvolveu um método de autoajuda fracassado, o avô (Alan Arkin, Oscar, BAFTA e Independent Spirit Awards de Ator Coadjuvante pelo longa) foi expulso de um asilo por usar drogas, o filho mais velho (Paul Dano, de Sangue Negro) fez voto de silêncio, o cunhado (Steve Carrell, de O Virgem de 40 Anos e Agente 86) é suicida e a mãe (Toni Collette, de Um Grande Garoto) se vê num casamento infeliz. Nada funciona até a filha caçula e desajeitada (a fofíssima Abigail Breslin, indicada a Atriz Coadjuvante) virar finalista de um concurso de beleza e talento para meninas pré-adolescentes – a cena em que ela se apresenta, sensacional, surpreende, provoca risadas, e dá seu recado de forma simples. As diferenças são postas de lado e a família parte numa viagem inesquecível de Kombi amarela.
Preciosa – Uma História de Esperança (Precious, 2009), de Lee Daniels
Preciosa (Gabourey Sidibe) é negra, obesa, não sabe ler nem escrever, espera o segundo filho de seu próprio pai. Não bastasse sofrer abusos sexuais por aquele que devia amá-la incondicionalmente, também é vítima de ofensas e agressões da mãe (Mo’Nique, Oscar de atriz coadjuvante pelo papel), que a culpa pela ausência do marido. É portadora do vírus HIV. Estimulada pela dedicada professora (Paula Patton) de uma escola alternativa, a jovem aos poucos se encontra, descobre coisas que a fazem sorrir e passa a tomar atitudes independentes. Produzida por duas celebridades da televisão dos EUA, Oprah Winfrey e Tyler, trata-se de uma obra visceral e sensível, sobre transformação e, como entrega o título nacional, esperança. Mariah Carey e Lenny Kravitz fazem inusitadas e competentes participações. Levou ainda o Oscar de roteiro adaptado.