Marina Fernandes compartilhou com os internautas sua experiencia de ser mãe, a chegada do Ravi foi cercada de cuidados para que tudo ocorresse da forma mais natural possível. O relato veio acompanhado de algumas fotos deste momento pra lá de especial. Confira!
“Eu me considerava pronta para esse momento. Com todas as leituras em dia, com uma equipe perfeita para me acompanhar, com tudo muito bem planejado…
Eu amei tanto a gestação, que queria Ravi dentro de mim pra sempre. Muitos falavam que era ainda melhor ele do lado de fora (o que de fato, hoje eu posso concordar), mas ter ele dentro de mim, me transformando em casa a cada dia, foi maravilhoso.
O momento tão esperado chegou e veio avassalador. Desejei muito um parto HUMANIZADO. Confesso, eu morria de medo da cirurgia, mas tinha em mente que se de última hora precisasse, eu ficaria em paz!
No meu plano de parto, falei da playlist que fiz pra ele e que queria deixar rolar sem escolher uma música específica, para ser surpresa. Pedi para deixar ele no meu colo o tempo que fosse possível, pra ter aquele contato pele a pele, fazer a primeira mamada e cortar o umbigo. Se o papai não ficasse muito nervoso, ele quem iria cortar. Antes do momento expulsivo, queria muito usar a banheira, porque queria os primeiros momentos em casa, em um clima bem gostoso, com óleo essencial, massagem, luz ambiente, comidinhas boas… um ambiente bem tranquilo e confortável. Contratei também uma fotógrafa que iria registrar tudo com fotos e vídeos. Separei alguns conjuntinhos de lingerie, já imaginando os momentos que iria enfrentar até a hora do encontro.
A data prevista era para o dia 27/06. Eu amo esse dia do mês, sou do dia 27 de setembro, então fiquei apegada a ele. Depois, desejava que ele viesse no dia 15/06, dia do aniversário do meu pai, seria um presente perfeito pra mim, porém ainda estava cedo demais pra ele,
então fiquei desejando a noite de São João, dia 24 de junho, que também é o aniversário da minha cidade. Fogueira garantida e um feriado também.
Enfim, tudo planos… mas o mais importante, foi que ele viesse quando ELE QUISESSE.
Do dia 23 para o dia 24, acordei acelerada, numa disposição que eu não sabia de onde vinha. Fiz todos os exercícios que aprendi no pilates, mais os outros que aprendi com minha doula e caminhei 6km com papai na avenida.
Muitos me falaram que disposição e virada de lua eram sinais de trabalho de parto… então, resolvi tomar um shake que era estimulante natural. Já que a culpa sempre foi da lua, quis testar toda essa força…
Às 19:00 horas, papai fez e eu tomei! A casa estava cheia, até o primo Bê veio pra acompanhar esse momento. A previsão de começar a fazer efeito era de 2 horas. Até o momento, nenhuma contração, tampão não havia saído, bolsa nem perto de estourar…
Duas horas depois… Opa, senti uma colicazinha, nem reclamei, pelo contrário, diz minha vó que eu dei risada. E assim foi, ela vinha e passava de uma forma leve, porém bem próxima uma da outra.
Comecei a marcar pelo app de contrações e em pouco tempo já apareceu uma mensagem dizendo pra eu ir pro hospital. Dei risada, né? Achei que o app estava louco e a pedido da minha prima, zerei o aplicativo e recomecei a contagem, porque realmente não estava normal.
Assim que zerei, em poucos minutos ele me mandou ir novamente para o hospital. Isso durou em média umas 2 horas. As dores começaram a apertar e fui para o chuveiro. O tampão saiu. Todos aqui em casa foram para os quartos, para me deixar a vontade.
Mandei mensagem pra minha equipe e elas ficaram felizes, disseram que iam dormir mais cedo e ficavam de plantão esperando minha ligação. Papai também foi dormir. E eu? Continuei no chuveiro, porque realmente a dor apertava e a água pelando nas minhas costas era a única coisa que me trazia conforto.
Chegou um momento que fui ficando agoniada e um pouco “triste”, pensando: “Eu não aguento mais que isso, como que essas mulheres conseguem virar a noite? Minha equipe foi dormir, é um sinal que está só no começo e eu já estou perto de não aguentar mais”.
Fiz contato de novo no grupo e a minha enfermeira obstétrica chegou em poucos minutos. Beeeem tranquila, perguntou se eu queria fazer uma avaliação (o toque) pra saber se já estava com alguma dilatação.
– Mari, o que está acontecendo? Você já está com 10 cm de dilatação!
– Oi??? Eu percebi que o “toque” não foi “só” um toque mas ok, não entendo tudo né.
Peeeeensa numa casa que virou de cabeça pra baixo. Duas horas de shake, 10cm de dilatação, era motivo de soltar foguete!
Minha mãe está com tornozelo quebrado, sem poder andar, deu um pulo da cama. O barraco começou, minha vó e minha tia tentaram acalmar ela, quando eu escuto: ME SOOOLTA!
Minha mãe e a família foram toda pra porta do quarto, minha prima filmando dentro do meu útero, o papai acordando sem entender nada e a primeira vontade de fazer a forma do expulsivo vem.
Eu não queria ganhar em casa, isso eu não tinha colocado no meu plano de parto kkkkkk, quando a vontade passou, pulei da cama, vesti um roupão, calcei um chinelo e partimos.
Jorge desceu com a mala, tio Zé tirou o carro. Minha doula que já estava na calçada, foi logo voltando pro carro e saiu igual uma doida cantando pneu kkkkk…
No caminho, tive a segunda onda do expulsivo, mas ainda não era o momento. Travei a ppk e esperei chegar no hospital. Imagina a correria no estacionamento! Fomos chegando e o primeiro quarto disponível já fui entrando e agachando.
Todo o glamour ficou só no papel mesmo. Ali, elas já tiraram meu roupão, eu fiquei só de toper, sentei na banqueta e pronto! A terceira onda veio e Ravi nasceu… mas calma, não pensa que foi fácil, esse momento parece que dura uma eternidade. Teve dooor, a bolsa não estourou, Ravi quase nasceu empelicado, quando coroou, a bolsa rompeu e eu fiquei feliz achando que já tinha nascido. Segui fazendo força para que ele pudesse de fato sair inteirinho de mim, e ele saiu. UFA!
O encontro com meu filho foi um mix de sentimentos muito louco. Talvez, a “partolândia” me pegou nesse momento, porque não sei explicar ainda em palavras como foi.
Quando vi aquele bebê vindo para o meu colo, todo “roxo”, “sujo” e com a respiração “presa” me deu um desespero. Eu ria e pedia pra levar ele ao mesmo tempo. Eu abraçava e não conseguia olhar pra ele. Eu só perguntava se ele estava bem e pedia pra que eles cuidassem dele.
O papai manteve a calma, cortou o umbigo lindamente e com a ajuda da nossa equipe, preparamos o nosso filho pra esse momento.
Demos as boas vindas e avisamos que iríamos cortar.
BEM VINDO AO MUNDO, MEU AMOR!
Foi um parto HUMANIZADO E 100% NATURAL, não teve nenhuma intervenção. Tive laceração de grau dois, o que é super normal.
CONSEGUIMOS, com avaliação 9 de apgar, Ravi chegou esbanjando saúde, força e coragem”’’’’’’’.